Quem acompanha o blog sabe o quanto eu amo brechós, bazares e oportunidades para pechinchar, e sabe também o quanto faço questão de mostrar que brechós podem, sim, ser ótimas opções para fazer umas comprinhas. Em plena era de sustentabilidade e readaptação de hits antigos, ainda há quem torça o nariz para os brechós, por seguir a primeira imagem que lhes vêm à cabeça: a de que são lugares onde só tem roupa velha e/ou cafona. É triste, mas existe! 
É, mas o meu desabafo vai muito além disso! Resolvi enxergar a situação do outro lado: o dos compradores e, principalmente, os que não conhecem os brechós e podem vir a conhecer um dia. Sabe aquela pessoa que sempre ficou na defensiva com os brechós, mas resolveu dar uma chance a eles? É deles que estou falando.
Recentemente me deparei com um brechó que eu nem sabia da existência e resolvi dar uma olhada. Como brecholeira curiosa que sou, pensei: “Oba! Mais um brechó para conhecer! É hoje que eu vou fazer altas compras”. Ao entrar na loja, fiquei decepcionada: o atendimento foi bom (como tem que ser), as roupas estavam em boas condições (como tem que ser), mas… Cadê a variedade? Cadê as araras democráticas, com modelos únicos? Cadê as peças que enchem os olhos de quem vai comprar roupas?
Tá, dizer que era o armário do Doug Funnie é exagero, mas não ficou muito longe disso.
Eu sei que brechós não se resumem apenas a roupas exóticas e que é possível comprar peças com modelagem mais básica, como jeans e camiseta – eu mesma já fiz muito isso! A minha bronca, neste caso, foi o fato de SÓ TER PEÇAS BÁSICAS! Roupas com “cara de todo mundo”, sem muita variedade, como se tivessem feito parte do guarda-roupa de apenas uma pessoa (que não costuma variar muito o estilo, por sinal), e deste guarda-roupa terem ido direto para a loja. Isso também se mostrou nos sapatos e acessórios em geral.
É isso: se faltou uma palavra naquela situação, a palavra foi VARIEDADE. E vamos combinar que é justamente isso que faz a gente amar brechós? Saber que, ao entrar em uma loja, vamos encontrar uma gama de opções, uma mais interessante do que a outra. Saber que podemos viajar no tempo porque vamos ver peças que nunca imaginaríamos encontrar em outros lugares. Saber que, seja qual for a ocasião (um baile à fantasia, uma reunião de negócios ou aquela formatura), é certo encontrar uma peça legal em um brechó. Senti falta disso. =/
Nem preciso dizer que saí de lá sem comprar uma peça sequer. Imagine se eu fosse alguém que nunca foi a um brechó!… Talvez eu não quisesse voltar nesse ou ir em outro nunca mais…
Daí fiquei pensando: quantos outros brechós devem existir por aí com essa mesma carência? Brecholeiros empreendedores, quanto mais variedade, melhor! E, para os que estão começando, nem sempre dá para conseguir isso de uma só vez, mas tenham isso em mente, para montar uma loja que faça a gente querer se perder entre as araras (isso também vale para os brechós online, tá?).
Esse foi o desabafo de uma brecholeira. Uma crítica construtiva para quem quer impressionar com os seus brechós – quem sabe eu não possa ser uma cliente, passeando descompromissadamente, e de repente resolvo visitar sua loja? 
